
“Ladies and gentlemen, would you please welcome… THE ROLLING STONESSSSSSS.” Foi assim, nos últimos minutos do passado dia 29, que mais de 90 mil almas souberam que os míticos “pedras rolantes” começariam mais um dos 30 concertos que fazem parte do “Tour On Fire”. Entre o extasiado e o emocionado, um dos espectadores não escondia: “até senti um arrepio de emoção.” Ele estava “on fire”…
Os “Stones” já são mais que uma banda de música, são um “monumento vivo do rock”, nem precisavam de cantar. Por onde passam arrasam com as bilheteiras (como o prova o concerto dado em Tokyo, no Tokyo Dome, no passado mês de Março, onde juntaram 147.493 fas da banda e do qual arrecadaram quase 28 milhões de dólares!!!). Vê-los, mesmo que à distância, num palco a 600 metros, é como ver um “pedaço da história do rock n’roll”.
O “Tour On Fire”, começou em Fevereiro, no Abu Dhabi e acaba em Novembro, em Auckland na Nova Zelândia, são mais de 30 concertos, numa volta ao Mundo que, garantem muitos, poderá ser a última que esta banda fará. Mick Jagger (70), Keith Richards (70), Charlie Watts (73) e o “jovem” Ron Wood (67), os quatro resistentes fundadores dos “Stones”, juntos, perfazem mais de 280 anos de “idade”… Algum de nós imagina ver o nosso avô aos saltos em palco a cantar/gritar “It's Only Rock 'n' Roll (But I Like It)”?
Jagger, que não foi bem aceite nos primeiros tempos da banda (1962, Londres), por Brian Jones, guitarrista e fundador do grupo, já não é apenas avô, é bisavô… e como salta em palco, com uma energia que muitos (com idade para serem seus netos) invejam. São duas horas de concerto, outras tantas de calorias gastas…
Bem se pode dizer que ao lado da pista de atletismo, que Jagger pediu para instalar nas traseiras do palco do Rock In Rio, estava lá uma mega equipa do INEM (não fosse o diabo tecê-las com Jagger, ou qualquer outro elemento da banda); mas o mesmo se poderia dizer da prevenção total em que este serviço estaria mergulhado para 85% dos espectadores deste dia do Rock In Rio (RIR). Se é verdade que o público ia dos “7, aos 77 anos”, o vento e o frio daquele 29 de Maio não foi amigo do reumatismo e dos “bicos de papagaio”, presentes em massa no RIR.
O “Start Me Up", foi o “start” de mais uma noite de revivalismo, de emoções idas e esquecidas, de viver ritmos e sons “arquivados” dos “menos novos” presentes. Nem Bruce Springsteen (de passagem por Lisboa para assistir à prova hípica corrida no Campo Grande, que a sua filha Jessica terminou em segundo) lhes escapou e resolveu fazer a surpresa da noite para tocar com os “Stones” a famosa “Tumbling dice”, para gaudio de Bill Clinton (depois de ter estado numa conferência em Lisboa) que não perdeu a hipótese de ver “The Boss”, um “miúdo” de 64 anos, a juntar-se ao vozeirão de Jagger para uma “Satisfaction” antecipada.
Faltaram pipocas neste RIR, vendeu-se: cerveja e “pepsi”, pizzas, hot-dogs e hamburgers, no meio da poeira, e filas intermináveis, para os brindes de ocasião. Não deixa de ser curioso como há quem pague 60 euros por uma entrada e passe 90 por cento do seu tempo nas “bichas” para recolher produtos publicitários que os transforma em placards ambulantes, e gratuitos… “É rock”, dirão.
O Rock In Rio para a maioria “FOI”, o concerto dos Rolling Stones, mesmo que por lá tivessem passado outros nomes como, os Linkin Park. Arcade Fire, Justin Timberlake (entre muitos outros), ou o nosso Rui (Veloso) e uma acompanhante de luxo (Angelique Kidjo) tivessem dado música a um final de tarde mais melodioso e “fininho”…
No Parque da Bela Vista, a irreverência foi a nota dominante. Quem passou no espaço da WATX&Colors que o diga… Nem António Costa, o (sempre candidato a líder do PS) presidente da Câmara de Lisboa escapou aos encantos da cor e da irreverência desta marca de relógios. Com um destes relógios no pulso, cantar "(I Can't Get No) Satisfaction" tem uma melodia mais ritmada; sim porque Mick Jagger garante: "You Can't Always Get What You Want", e ele não tinha um destes relógios no pulso. Quem sabe numa próxima vinda a Portugal para mais um concerto (The Final Jurassic Tour), com Manoel de Oliveira na bateria a acompanhar Charlie Watts para uns solos endiabrados em "Brown Sugar"… e a WATX&Colors brinde esta banda com um destes coloridos relógios.
Com a madrugada a nascer na “Bela Vista”, trauteava-se “Miss You” no “final da festa”. Até sempre Jagger & Companhia. Estes resistentes lusitanos estarão sempre prontos para mais uma homenagem e uma nova viagem no tempo… “Miss You.”