Marzio Villa é proprietário da Cuervo y Sobrinos e simultaneamente o presidente da companhia. A sua aventura no meio Relojoeiro começou há nais de 30 anos quando resolveu lançar a Hublot em Espanha. Assim nasceu a Diarsa e um longo caminho que trouxe at+e aos días de hoje; um personagem incontornável na relojoaria ibérica, e não só.
Nascido em Milão e “convertido” a Madrid, onde se sente em casa, Marzio Villa é um homem de paixões: carros antigos, música e cozinha “desligam-no” do mundo dos negócios que o obrigam a viajar permanentemente entre a Suíça, Itália, Espanha e se com tempo disponível, até Portugal. A Diarsa representa a Hublot (para Espanha e Portugal), a Ulysse Nardin, Eberhard, Boucheron, Parmigiani, Clerc, e obviamente, a sua Cuervo y Sobrinos, a “menina dos olhos” deste gestor que não pára.
No próximo Salão de Basileia, a Cuervo y Sobrinos vai tentar impressionar: “Vamos ter uma pequena revolução na Cuervo y Sobrinos, através de um modelo representativo de todo o seu saber fazer e história, embora mais dirigido ao homem moderno, desportivo e elegante”, revela Marzio Villa sobre o destaque da “Cuervo” em Basileia.
A Cuervo y Sobrinos nasceu em La Habana, Cuba, no final do século XIX (1882) e, só os tempos da revolução castrista fizeram “serenar” a marca; até Marzio Villa a fazer ressuscitar em 1997, altura em que a adquire e relança pelos quatro cantos do planeta, sob o lema “O tempo lento”, a fazer-nos lembrar o desfrutar de um “puro” nas “calles” de Havana, onde o tempo tem outro ritmo.
Mas os códigos da marca e da arte de bem fazer, estão sempre na mira de Marzio Villa; para ele que considera um produto de Alta Relojoaria como algo que se posiciona na gama alta pela qualidade dos seus mecanismos, pelas soluções estéticas e pela intervenção manual que comporta”, diz, não deixando de salientar que a Cuervo Y Sobrinos não é uma marca de moda: “Efectivamente, não é moda, é uma marca que quer dar conteúdo de luxo cultural, que assume a vida de outros tempos, quando os objectos, a forma de ser ou a educação tinham outros valores.”
Com uma rede de distribuição com mais de 268 pontos de venda no Mundo, a Cuervo y Sobrinos, segundo Marzio Villa está consolidada no éxito: “A Colecção Historiador com a sua caixa Cuervo y Sobrinos original de 1940, e todas as possibilidades de desenvolvimento técnico que esta permite”; garante, sem deixar de lamentar o desempenho da Companhia de Seguros Zurich, cujo comportamento adiou o crescimento da marca. Marzio Villa explica o sucedido:
“Tivemos de abortar dois projectos de grande envergadura, cujos protótipos custaram à empresa um milhão e meio de euros, porque lamentavelmente a empresa Diarsa, em Espanha – proprietária de 26% da Cuervo y Sobrinos, e também financiadora – até aos días de hoje, e depois de dois anos de um grande assalto de que foi vítima, ainda não foi indemnizada pela Companhia de Seguros Zurich,” diz num misto de lamento e de revolta.
O esforço de inovação da marca esse, continua apesar deste contratempo. Agora olha para o futuro e para a sua outra paixão, a “Cuervo y Sobrinos Cup”, e revela: “A “Cuervo y Sobrinos Cup” nasceu para que fique clara a relação do sonho que a Cuervo Y Sobrinos quer alimentar em paralelo com o sonho que alimentam os carros clássicos. Ambos se dirigem a um consumidor e um grupo cultural que é a base do seu valor e património.”
Para Marzio Villa, falar da sua Cuervo Y Sobrinos é como falar de um filho. No futuro,a “Cuervo” será: “Em cada loja em que esteja a Cuervo y Sobrinos, inclusivé sem o nosso expositor, as suas linhas, as suas cores, etc. Distinguem-se de qualquer outra marca, ou seja, no futuro, manter essa diferenciação é o nosso objectivo.” É um “Tempo Lento”, com uma dinámica muito especial, virado para o futuro, sem esquecer as raízes do passado.