Quinta-feira, Novembro 30

Jacques Thomas (A. Lange & Söhne): “Na Boutique de Lisboa sentimo-nos em casa…”

Jacques Thomas não pára. Nomeado em 2010 pela A. Lange & Söhne como responsável de mercados como França, Espanha, Bélgica, Mónaco, Reino Unido e Portugal, Jacques, está permanentemente atento a tudo quanto se desenrola no seu sector e ao mercado português em particular. A loja da marca na Avenida da Liberdade em Lisboa, é a “menina dos seus olhos” e um motivo de orgulho pelos resultados conseguidos. Poucos alvitravam tal sucesso…

 

Licenciado na Commerce International de l’Ecole des Cadres (EDC) em Paris, Jacques Thomas acumula uma vasta experiência internacional, iniciada em 1977, na Cartier. Desde então não parou e chegou mesmo a passar pelo Brasil, em 1986 (onde aprendeu português) para lançar a prestigiada Christofle, marca que o “trouxe” de novo à Europa, desta feita a Espanha, onde liderou o projecto de implementação da mesma no país vizinho.

Em 2002, Jacques Thomas (casado e pais de três filhos) assume a direcção da Jaeger LeCoultre (Richmont Ibéria), cargo que ocupa até se mudar para a A. Lange & Söhne em 2010, onde assume a responsabilidade de gerir seis importantes mercados para a marca de Glashutte.

Em 2013, e depois de Dresden e Paris, Lisboa assiste à inauguração de uma loja exclusiva da marca em plena Avenida da Liberdade. Um marco no sector nacional e uma aposta da marca plena de sucesso. Vejamos:

CHRONOS do tempo – Que avaliação faz da Boutique A. Lange & Söhne em Lisboa?

Jacques Thomas – A Boutique de Lisboa é muito provavelmente a mais viciante e acolhedora das que conheço. Tem a sua própria biblioteca…enfim, sentimo-nos como em casa. Joaquim, o director da Boutique, é muito respeitado e querido pelos seus clientes, afável, calmo e um grande profissional.

Cdt – Que tipo de clientes compram produtos A. Lange & Söhne na Boutique de Lisboa (turistas, clientes locais…)?

Jacques Thomas – Os clientes são provenientes de diferentes países. Desde norte-americanos, sul-americanos (muitos brasileiros), russos, chineses e, claro, muitos portugueses. Eu diria que os turistas representam cerca de 60% dos nossos clientes e os restantes 40, são clientes nacionais.

Cdt – Consegue define em termos de percentagens a divisão dos clientes internacionais?

Jacques Thomas – Sim. Em termos globais e perante valores aproximados, poderemos apontar para Angolanos, cerca de 6%; Brasileiros, 20%; Chineses, à volta de 30 % e restantes países, aproximadamente 4 %.

Cdt – Que tipo de Relógio (modelo) preferem os turistas? Há algum modelo mais “popular”?

Jacques Thomas – Há de facto um modelo especialmente mais pedido pelos turistas que visitam a nossa Boutique de Lisboa: o Lange 1, com horas, minutos, calendário e reserva de marcha. Um clássico.

Cdt – Falemos do cliente nacional. Qual é o perfil do consumidor/comprador português de um relógio A. Lange & Söhne?

Jacques Thomas – O perfil do cliente português é essencialmente formado por homens de idades compreendidas entre os 40 e os 55 anos, de alto poder económico. É um cliente muito culto e com amplos conhecimentos sobre a alta relojoaria.

Cdt – Em algum momento sentiu alguma mudança de interesse ou nos hábitos de compra dos clientes da A. Lange & Söhne?

Jacques Thomas – Tenho de reconhecer que o cliente da A. Lange & Söhne não tem mudado muito.

Cdt – A valorização do franco suíço (CHF) afectou o volume de negócios da marca?

Jacques Thomas – Para a A. Lange & Söhne, a valorização do franco suíço não mudou nada relativamente ao nosso volume de negócios. No início notamos um aumento de actividade na Zona Euro. Actualmente os volumes de negócio mantêm-se.

Cdt – Há um relógio/modelo que possa ser considerado um “best-seller” em Lisboa?

Jacques Thomas – Sim, claramente o nosso “best –seller” é o Lange 1 TimeZone.

Cdt – Quando falamos da experiência de compra, que tipo de relógios são mais procurados (edições limitadas ou produção “corrente”)?

Jacques Thomas – Por definição, as edições limitadas esgotam-se imediatamente. Normalmente, os nossos clientes procuram relógios da colecção corrente.

Cdt – Os clientes da marca conhecem tecnicamente os relógios da A. Lange & Söhne? São conhecedores da alta relojoaria?

Jacques Thomas – Sim, os clientes da A. Lange & Söhne conhecem perfeitamente as peças especiais de alta relojoaria assim como as restantes peças da colecção. O cliente de um A. Lange & Söhne sabe o que quer, não é um cliente de passagem ou de compra por impulso.

Cdt – Há diferenças (por exemplo) entre um cliente português e um cliente espanhol?

Jacques Thomas – Não há diferença entre eles. A este nível não há um comportamento diferente. Os clientes de A. Lange & Söhne pertencem ao que habitualmente chamámos HNWI (High Net Worth Individual).

Cdt – Com olha para o mercado português e os seus compradores?

Jacques Thomas – O mercado português cresce suavemente e de uma maneira muito segura.

Cdt – Com vê o futuro da indústria relojoeira de luxo?

Jacques Thomas – Mesmo que a indústria relojoeira de luxo sofra crises pontuais ou cíclicas, acredito que seguirá desenvolvendo-se de forma muito favorável.

Cdt – Podemos esperar uma edição especial (limitada) para o mercado português?

Jacques Thomas – De momento não temos nada previsto nesse sentido.